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Carga fantasma de 120W.
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Uma carga fantasma (ou não irradiante) é um acessório indispensável para o radioamador, pois é útil no ajuste de transmissores, sem colocar "lixo" no ar. Mas o que é uma carga fantasma? Simplificando, nada mais é do que um grande resistor (ou associação deles) de 50 ohms não indutivo. Então construir uma carga que funcione bem até 50MHz não é difícil, pode ser feita com resistores de filme de carbono (ou carvão, como é conhecido no popular) de 3W ou até mesmo Metal-Film. Só não podem ser utilizados em hipótese alguma resistores de fio. Resistores de fio tem uma componente indutiva muito grande, não servindo para RF. Mesmo os resistores de filme de carbono ou Metal-Film tem um pouco de componente indutiva, mas é pouco, sendo tolerável para HF. Para aumentar a dissipação, faz-se uma associação de resistores, tantos quantos necessários em paralelo para obter 50 Ohms. O mais usual é utilizar 20 resistores de 1K x 3W para 60W ou 11 resistores de 560R x 3W para 30W. Claro que podem ser utilizadas outras combinações. Basicamente basta dividir o valor do resistor por 50 e ver se dá um número inteiro ou muito próximo. Se conseguir algo entre 48 e 52 Ohms estará ótimo. A única coisa é evitar uma grande quantidade de resistores para formar a carga, pois caso contrário a capacitância e indutância distribuída tornam-se críticas. Creio que até uns 40 resistores dá pra conseguir uma boa carga. Como eu tinha uma grande quantidade de resistores de resistores de 1K x 3W e uma caixa de alumínio que era de uma fonte chaveada sucateada, resolvi fazer uma carga fantasma para reaproveitar este material. Com 20 resistores de 1K x 3W, temos uma carga capaz de suportar 60W contínuos ou 120W de forma intermitente, com um ciclo de 30 segundos de uso com 60 segundos para resfriamento.
Como os resistores são de 1K, serão necessários 20. Para conexão utilizei um conector SO-239 (UHF). Estes resistores, um amigo comprou pacotes de saldo de resistores em uma loja na Santa Ifigênia, e ele só se interessou pelos resistores SMD, e me deu os resistores PTH.
Para montar a carga, decidi usar um sistema sem placa de circuito, utilizando duas cantoneiras feitas de chapa de cobre dobrada. As chapas foram cortadas com 185 x 30mm e a dobra foi feita de forma a se obter uma cantoneira com 10 x 20mm. Foram feitos dois furos na face de 10mm para serem fixas nos suportes originais de latão que prendiam a placa da fonte. O painel foi cortado em chapa de alumínio aeronáutico com 2mm de espessura. Para a conexão do vivo do conector com os resistores, utilizei um pedaço de fio de cobre rígido de 4mm, perfazendo uma barra ônibus (essa só os mais velhinhos vão lembrar ). Todas as peças em cobre foram polidas e prateadas com o líquido prateador TP-056E. Foram feitos pequenos sulcos nas cantoneiras pra poder encaixar o terminal dos resistores e facilitar o posicionamento durante a soldagem.
Os resistores tiveram os terminais de um dos lados dobrados em 90 graus e foram soldados nas cantoneiras nos pequenos sulcos de posicionamento.
A disposição ficou em 10 resistores em cada cantoneira. Chato que é chato e com T.O.C. solda os resistores todos na mesma posição.
O painel foi trabalhado para ficar escovado. Na verdade alumínio escovado é alumínio lixado com lixa 180. As inscrições do painel foram aplicadas com transferência de toner, utilizando papel sulfite e um chumaço de papel toalha levemente embebido em thinner. Depois do painel pronto, decidi colocar uma saída DC para poder medir a tensão de RF, e com isso pode-se inclusive calcular a potencia. Bata ligar um multímetro ou voltímetro nos terminais DC out.
Não havia real necessidade, mas como havia um poste de latão bem no meio da caixa, resolvi colocar um suporte de teflon para a barra ônibus. A ponta da barra foi afinada de forma que possa entrar no pino do conector SO-239.
Os terminais dos resistores foram enrolados e soldados na barra ônibus. Diga-se de passagem que precisei utilizar um ferro de solda de 250W para essas soldas, pois o cobre tem um grande poder de dissipação de calor.
Para a saída DC, um circuito bem simples retificando a RF. Utilizei um diodo BYV95C pois diodos de vidro como o 1N4148 ou mesmo o 1N5711 não agüentam a tensão de RF com 120W. A saída DC serve para você medir a potencia de RF, você conecta um voltímetro na saída DC e calcula a potencia utilizando a formula V²/R = W, onde V é a tensão medida mais 0.7V (queda de tensão do diodo) e R é a impedância da carga, no caso 50 Ohms.
Decidi colocar também uma saída de amostra na traseira da carga, passando por um atenuador de 40dB. Serve para poder ligar um osciloscópio, por exemplo, e analisar a forma de onda da portadora. Ou até mesmo ligar no Wattimetro Digital, dispensando o uso do atenuador externo.
O atenuador consiste de quatro resistores de 620R e dois de 100R. Os resistores de 620R devem perfazer idealmente 2475 ohms, sendo que 620 x 4 = 2480. Você pode escolher os resistores dentro de um lote de forma que as tolerâncias permitam atingir os 2475 ohms. Se tiver dificuldade em conseguir os resistores de 620R, um alternativa viável são três resistores 820R. Todos os resistores do atenuador são de 1/2Wou maior. Pode utilizar Metal-Film se não conseguir os de carbono sem o menor problema, só relembrando que em hipótese alguma podem ser utilizados resistores de fio.
O diagrama esquemático da carga é este. Como pode-se ver é bastante simples.
E a aparência final ficou assim:
Essa carga é plenamente funcional para HF, tem um rendimento razoável até perto de 40MHz, o que é mais que suficiente para o proposto, uma carga para HF. Gostou? Viu como é relativamente simples fazer uma carga fantasma e com um excelente acabamento, mesmo utilizando praticamente sucatas? O que é material novo ai? Os conectores e parafusos apenas. Se gostou, voltei a inicio desta página e avalie este artigo!
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