Capacitor eletrolítico antigo, para montagens valvuladas.

   Isso aqui não iria nem virar um artigo, mas me convenceram a fazer (obrigado, Alexandre PU2SEX). Como estou montando um pequeno transceptor valvulado, resolvi que queria usar um capacitor de chassi na fonte dele. Igual aos antigos capacitores Tesla. Uma coisa que fiquei pensando aqui, esses capacitores são provavelmente da década de 1960 a 1970. Como que isso saiu lá da extinta Tchecoslováquia e chegou aqui no Brasil.

   Precisava de um de 100 + 100uF x 400V. Tenho estes dois de 100uF x 450V que saíram de alguma sucata e serviram de modelo.  

   A idéia começou em como fazer a bucha de fixação. No original é feita de baquelite, e precisava de algo que desse pra colocar os dois terminais. A solução veio de um niple de 1/2 polegada. A porca de fixação saiu de uma bucha adaptadora de 1/2 para 3/4.

   De inicio pensei em usar esse capacitor amarelo, mas como não consegui encontrar capacitores de 100uF x 400V com caneca fina o suficiente, precisei mudar a abordagem.

   Com os dois capacitores de 100uF x 400V na mão, procurei uma outra carcaça que coubessem um em cima do outro. Esse capacitor Siemens (morto) serviu certinho. Não sei nem de que sucata isso saiu, mas estava guardado faz tempo. Tem um ditado que diz: Quem guarda o que não presta, tem o que precisa.

   O jeito de abrir um capacitor desse tipo, é ir com um pequena chave de fenda, desdobrando o alumínio e depois com um alicate ir deixando ele o mais reto possível. Pra arrancar a borracha e o miolo de dentro da carcaça, usei um parafuso de rosca soberba preso no selo de borracha, prendi na morsa e puxei com força.

   Não tem problema de fazer um furo no centro do selo de borracha, pois ali já tinha o furo original da válvula de segurança. Alem disso, vai ser preciso abrir um buraco bem maior ali pra colocar a bucha de fixação.

   Cuidado pra não se cortar com as tiras de alumínio e muito cuidado com a pasta e/ou liquido que tem dentro do capacitor. É produto bastante corrosivo.

   O miolo do capacitor pode ir pro lixo. Guarde o selo de borracha que vai ser reutilizado. Lave muito bem a carcaça e remova tudo que tem dentro dela. Esse que utilizei tinha betume para segurar o miolo dentro. Removi quebrando e raspando o betume com uma pequena chave de fenda.

   O niple foi cortado de forma que sobrou apenas 1mm da parte sextavada, para poder apoiar dentro da borracha. O furo da borracha foi aberto usando uma broca escalonada. O furo deve ser feito o mais justo possível, sem folgas.

   Cole o pedaço do niple que virou a bucha de fixação com cola a base de cianoacrilato.

   O niple foi embuchado com um bloco de Celeron, pra ser o isolador do terminais. Usei Celeron por ser um bom isolante elétrico. A grande vantagem de utilizar o Celeron é que na hora de soldar os terminais não vai haver problemas com o calor derreter caso fosse plástico por exemplo.

   Uma saída pode ser colar vários pedados de placa de fenolite ou fibra de vidro sem o cobre, até obter a espessura desejada.

   Utilizei os terminais utilizados para aterramento em chassi, modelo 19/7 da Estanpex.

   Fiz dois furos de 1/8" no bloco de Celeron utilizando uma furadeira de bancada. Para prender usei rebite pop. Tive que dar uma diminuída no diâmetro externo do terminal para que não ficasse muito próximo e possivelmente causasse curto-circuito entre os dois capacitores.

   Na parte interna não deu pra utilizar os terminais 19/7 porque o furo deles é maior que 1/8" Iria ficar muito folgado. e não fixaria bem. Optei por usar pequenas tiras de folha de latão, com furos bem justos. Como os rebites ficaram no limite, achei melhor remover o pino que é usado pra puxar o rebite, bastou apenas bater de leve que o pino saiu inteiro.

   A montagem não tem segredo, soldei o negativos dos dois capacitores juntos e em uma pequena tira de latão que prensei na borda da carcaça e o selo de borracha. O positivo de cada um dos capacitores foi soldado nos pinos da bucha isoladora. Não aparece ai na foto, mas cortei um pequeno disco de papel cartão e coloquei entre o topo do capacitor interno e a bucha, pra garantir que os terminais de latão não encostem na carcaça do capacitor interno.

   No topo da caneca fiz um pequeno furo no centro e colei por dentro um pedacinho de borracha para imitar a válvula de segurança original.

   Não iria ter graça se não fizesse uma legenda pra transferir para o corpo do capacitor. Refiz o logo da Tesla e o restante do texto. Porem na ultima linha que parece ser o modelo do capacitor e o código de data de fabricação, resolvi largar um rastro para a posteridade.

   Com dizia meu finado amigo Cleuse: Onde o burro passa, larga o rastro.

   Bastou imprimir a legenda em uma impressora laser e em espelho. A transferência foi feita pelo processo de transferência de toner, usando uma estopa embebida em Thinner. Aplica-se firmemente o papel sobre a superfície limpa e passe a estopa embebida de thinner até umedecer o papel. 

   Nesse ponto pressione firmemente o papel com os dedos, até que boa parte do thinner evapore. Quando estiver quase seco, remova o papel. Se tudo deu certo o resultado será igual o abaixo.

   Para melhorar o aspecto visual, pintei a porca de preto fosco e a bucha isoladora de marrom. Color by Technicolor!

   Olhando assim, dá pra dizer que é um capacitor "falso"?

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Última atualização do site em: 07/setembro/2025