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Chave de calibrar feita com sucata.
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Como diz o ditado, a necessidade é a mãe do improviso! hihi. Com as paciências cheias de comprar chave de calibrar comerciais e sua baixa resistência e durabilidade, resolvi inventar e construir minhas próprias chaves. O material utilizado foi o mais inusitado possível, coisas que você nem imagina que poderiam virar uma chave e de qualidade tão boa. Alguns dos materiais utilizados:
Capa de fio A primeira chave que fiz, foi esta para calibrar trimmer Murata e DAU, alem daquelas bobinas que tem o núcleo de ferrite com fenda quadrada igual as que vem no TM241.
Não vai dar pra mostrar fotos da construção passo a passo, porque a coisa vai saindo a medida que vou inventando e usando o que aparece pela frente. Mas da pra fazer uma planta com as idéias. Esta ai usei: Capa de fio, capa de cabo coaxial de 75Ω, haste de cotonete, lamina de estilete e alumínio. A capa de fio e de cabo, deve ser escolhida para tudo entrar justo e sem folgas, aplique SuperBonder e cole tudo no lugar conforme abaixo. O bom esta chave é que ela se torna um pouco flexível devido aos materiais empregados. Nota, pelo fato da ponta quadrada ser de alumínio, em algumas bobinas, o alumínio por ser diamagnético provoca alterações na sintonia assim que você tira a chave do núcleo. Talvez seja melhor substituir por um tarugo de fibra de vidro recortado de uma velha placa de circuito impresso.
A segunda chave foi para calibrar bobinas de FI Toko ou similares. Nesta chave não da pra usar nada metálico pois pode haver influencia no ajuste da bobina. Esta foi feita com um pedaço de placa de fibra de vidro (da sucata) sem o cobre, canudo de milk-shake e Araldite 24 horas.
Para construir esta chave usei: Uma tira de placa de fibra de vidro que entre dentro do canudo, sem deformar sua forma redonda, já deixe as pontas afiadas com as medidas corretas. O canudo de milk-shake é bem grosso, tem uns 6mm de diâmetro interno. Claro que você pode usar outra coisa qualquer, solte a imaginação hihi. Corte o canudo um pouco maior do que o necessário. Enfie a tira de placa de fibra no canudo (remova todo o cobre antes) e tampe uma das pontas com cola quente. Lembre-se de fazer um pequeno furo com uma agulha na ponta ponta tampada, para sair o ar a medida que você vai injetar cola ai dentro. Faça um furo de cada lado da tira de placa. Pegue Araldite 24 horas, misture uns 3ml de cola. Coloque toda Araldite dentro de uma seringa, e a aqueça com um secador de cabelos. A Araldite ao ser aquecida fica bastante liquida, o que ajuda bastante na hora de injetar a cola no canudo. Enfie o bico da seringa (não use agulha, a cola não passa em uma agulha) e vá injetando a cola lentamente, até chegar ao fundo. Faça isso do outro lado pois a cola não vaza com facilidade para o outro lado da tira de placa. Faça esta operação muito rapidamente, enquanto a cola esta quente, para ajudar faça essa operação com o jato de ar do secador de cabelo atingindo toda a "gambiarra". Obviamente vai vazar um pouco de cola e você vai sujar a mão e parte externa do canudo. Pra limpar use uma estopa embebida em álcool 99% ou álcool combustível. O álcool amolece a Araldite. Mas procure limpar assim que a cola der uma esfriada, pois ela vai ficar mais borrachenta e facilita bastante. Espere de um dia pro outro para a cola curar, corte o excesso das pontas do canudo (corte um pouco da cola também) e a chave esta pronta.
A terceira chave, na verdade é um "calibrador" de bobinas sem núcleo. Como? É... Serve para você descobrir se uma bobina de um filtro PI por exemplo tem mais ou menos espiras que o necessário. De um lado da chave temos um bastão de ferrite, que tem a propriedade de aumentar a indutância de uma bobina. E do outro lado latão, que tem a propriedade oposta do ferrite, ou seja diminuí a indutância.
Com este calibrador, basta enfiar um lado dentro da bobina e observar o comportamento, tomando como exemplo um filtro PI, se com o ferrite a potencia de saída aumentar, quer dizer que faltam espiras. Se diminuir, teste com o latão. Se com este a potencia subir, a bobina tem espiras a mais. Se tanto com um como com outro material a potencia diminuir, quer dizer que a bobina tem a quantidade correta de espiras. Me fiz entender? :) O ferrite retirei de uma sucata de monitor, tem um furo redondo no centro. A peça de latão, catei na minha lata de parafusos e outros trecos. Era um espaçador de alguma placa. O que suporta tanto o ferrite como o pedaço de latão, é um pedaço de vareta de solda de latão. Só tome cuidado para não introduzir muito dentro do ferrite. O pequeno angulo de +/- 30º que foi dado nas pontas é para facilitar a inserção em bobinas que estejam rentes a placa de circuito impresso.
A próxima chave não tem nada demais, segue o principio das demais chaves. Esta é sextavada, para ajustar aqueles ferrites com furos sextavados. Fiz com as duas medidas mais usuais, 2 e 3mm.
Usei: Placa de fibra de vidro para as pontas e reforço do corpo (alma), o tubo azul era um cabo de pirulito, aqueles redondos coloridos hihi, e a parte preta já é nossa conhecida capa de cabo coaxial de 75Ω. As pontas foram feitas com pedaços de placa de circuito impresso. A ponta de 2mm usei uma placa que já tinha essa espessura, bastou fazer os ângulos para ficar com a forma sextavada. A ponta de 3mm precisou de uma gambiarra a mais. Colei dois pedaços de fibra de vidro de 2mm de forma a ter 4mm (colei com Araldite), e rebaixei na lima até ter 3mm e fiz os ângulos para deixar a peça sextavada. O tubo tinha diâmetro interno de uns 2,5mm. A ponta de 3mm foi preciso rebaixar na parte que é embutida no tubo e a de 2mm precisei fazer um enchimento. Tudo foi colado com Araldite 24 horas.
Editado em 19/11/2023Todas a chaves que estão descritas acima estão em pleno uso até a data desta edição, mas uma delas não apresentou bons resultados, trata-se da chave numero 2, usada para bobinas de FI Toko ou similares. A fibra de vidro não apresenta boa resistência mecânica a abrasão na ponta mais fina. O que causa um desgaste excessivo e a chave não consegue girar os ferrites das bobinas. Resolvi fazer uma nova, mas utilizando pontas de cerâmica reaproveitadas de um velho resistor de fio.
A cerâmica foi cortada e desbastada com um disco diamantado na micro retifica Dremel. É necessário ir molhando a peça cerâmica conforme vai cortado. O restante do material segue o já descrito acima, o material bege era um cabo de pirulito, o verde limão um suporte de balão de alguma festinha de aniversário. O mais fino azul é uma haste de cotonete que foi preenchida com uma vareta de fibra de vidro utilizada em pipa/papagaio.
As peças cerâmicas foram coladas com Araldite 24 horas. Editado em 28/02/2024Depois de fazer a versão acima em cerâmica branca, conversando com meu amigo Fernando e falando das chaves de zircônia da Goot, ele me deu uma dica que eu não sabia, conectores óticos de internet fibra-ótica utilizam um pequeno bastão de zircônia! E a zircônia é um material extremamente duro, pra se ter idéia, na escala Mohs que vai de 1 a 10, o que tem dureza 10 é o diamante, sendo o mineral mais duro que existe naturalmente. A cerâmica branca utilizada na chave anterior tem dureza por volta de 6 Mohs. A zicônia tem dureza por volta de 8 Mohs! Então da pra reaproveitar os bastões de zircônia de sucatas de conectores óticos descartados.
Desmontar o conector é bem fácil, basta quebra-los ao meio e separar a ponta onde tem o bastão de zircônia. Basta puxar com um alicate que ele sai facilmente. Só tome cuidado se forem conectores descartados, que pode haver um filamento de fibra ótica em sua outra extremidade, ela espeta facilmente o dedo, e dói pra caramba.
Para afiar e modelar a ponta da zircônia, somente um disco diamantado dá conta, lembre-se ali da escala Mohs e a dureza relativa do materiais, somente um material mas duro pode riscar o imediatamente anterior ou mais baixos. Recomendo fazer o afiamento e ir molhando a zircônia e nem é pra facilitar o desbaste, e sim ir esfriando, pois esquenta a ponto de queimar os dedos.
Esta chave tem a mesma receita da anterior de cerâmica, apenas substituindo as pontas de cerâmica por pontas de zircônia. Alias saiba que existem chaves de alinhar comerciais com pontas de zircônia! Com a mão na massa, resolvi fazer um "clone" da chave de alinhamento Vishay Spectrol para trimpot multivoltas e trimmers, para presentear o Fernando, por causa dessa dica fantástica acima.
Com sempre, o material utilizado foi reaproveitado de coisas que iriam literalmente para o lixo (ou reciclagem). Hastes de pirulito, haste de suporte balão, haste de cotonete e pedaços cortados de laminas de estilete velha.
A pontas feitas com lamina de estilete são ligeiramente mais largas que o diâmetro interno do tubo, então entraram por pressão e dispensa colagem neste caso. A ponta que está do lado esquerdo, a lamina metálica fica pra dentro do tubo, este faz uma borda para que a chave não escape do pino de ajuste do trimpot multivoltas.
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