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Hoje é: Dia Mundial dos Animais
Restaurando um linear THÖRK PL-180
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Tenho este amplificador a muitos anos, e nem me lembro mais de quem o peguei. O fato é que ele tinha um defeito estranho (intermitente) e baixa potencia, devido a válvulas fracas. Ele ficou guardado por uns 20 anos, debaixo de uma bancada aqui na oficina. E o pobre amplificador inclusive sobreviveu a uma enchente que teve aqui em outubro de 2008... pela altura que chegou a água, ele deve ter ficado praticamente submerso. A um tempo atrás (julho/2023) conversando com um amigo que adquiriu um MAC-L 500 também em mau estado, e ai começamos a falar de restauração. Fato que também tenho um MAC-L 500 que precisa ser restaurado e um Transoceanic SBL-1000, que serão causos para outros artigos Mas voltando ao Thörk PL-180, assim que consegui "chegar" até ele, o que encontrei foi isso:
Muita poeira, muita ferrugem! E como proceder neste caso? Inicialmente, um banho de água e sabão. E durante o banho, já raspei a maior parte da ferrugem com uma lamina de estilete improvisada como espátula.
Melhorou bastante! Já dá pra ver o chassi. eheh. Note que não desmontei nada, somente retirei as válvulas para lavar a parte e o resto foi pro banho sem dó. Ah... mas não estraga? Nem mesmo o transformador? Não, não estraga. Claro que você não vai ligar tudo molhado né? Tem que deixar secar muito bem, de preferência ao sol por um ou dois dias. O painel não aparece nas primeiras fotos, pois ele descolou. Mas está em muito bom estado.
Estes dois knobs não são os originais dele. Os originais, utilizei a muito tempo atrás em outro amplificador que montei a partir de sucatas. Mas como tinha estes dois ai que achei no ferro-velho e achei que combinou até melhor e resolvi usar. Mas tem um probleminha que cito mais pro final. O transformador já foi re-enrolado por alguém no passado. A maior pista pra isso é o carretel de plástico, pois esse tipo de transformador em geral é enrolado por camadas e isoladas com papel fino. Até não tem muito problema. Só que quem o fez, usou fita crepe para isolar, o que ficou horrível. Nisso resolvi desmontar o transformado pra dar um jeitinho nisso...
Alguns podem perguntar se a ferrugem nas chapas não atrapalha. Não, não atrapalha em nada. Não há problema desde que ela fique estável, ou seja, não aumente a corrosão com o passar do tempo. Pintando a ferragem resolve isso. Depois de montar novamente o transformador, empapelei a bobina para pintar a ferragem de preto.
Usei tinta em spray, pois é mais fina e entra bem entre as chapas. Enrolei uma camada de papel cartão isolante pra tapar a fita crepe, depois da tinta seca, com as patilhas montadas, ficou assim.
Melhorou bastante né? Enquanto a tinta secava, fui dando andamento no chassi. Resolvi remover algumas coisa para facilitar o trabalho.
Soltei praticamente tudo que estava preso no chassi. O chassi foi escovado com uma escova de latão, para tirar o resto da ferrugem e recebeu um tratamento com um fundo conversor de ferrugem para estabilizar a corrosão.
Como pode-se ver, resolvi pintar o chassi com tinta alumínio, que é a cor que fica melhor para esse tipo de chassi. Só optei por não retirar o soquete do relé e os conectores de antena, pois teria que desmanchar muito a fiação. A tinta foi aplicada com um pincel de cerdas finas, usado para pintura de quadros.
Na parte debaixo do chassi foi um pouco mais trabalhoso por causa da placa e soquetes, mas puxando pra cá e pra lá, dá pra pintar tudo.
Só ficou faltando pintar o painel, que deixei pra depois que a tinta já aplicada secasse e pudesse remontar as partes do chassi.
Montando parte do chassi novamente, já para ter uma idéia de como iria ficar depois de pronto.
Preste atenção que o capacitor variável maior não está fixo corretamente no painel. O pé de porco que mexeu nela antes, trocou o capacitor variável por este um pouco maior, mas não fez o serviço direito. Fixou com rebites pop e somente na parte de cima do capacitor, que o deixou solto e balançando. O jeito é consertar isso. Resolvi fazer do jeito certo. Marquei a furação original do painel no variável, fiz 3 furos novos e abri rosca de 1/8".
Olhando bem de perto, ficou assim depois de pronto.
Então restava desmontar o resto do painel e aplicar a tinta alumínio na parte traseira dele.
Montando o painel novamente, agora com o variável fixado como se deve. Não mexe mais. O painel não recebeu tinta, pois a placa frontal de alumínio é colada. E aplicar cola sobre uma camada de tinta não é boa idéia. Um puxão mais forte a tinta descola da lata e solta tudo. Como não havia ferrugem ali justamente devido a cola não foi necessário mexer muito, só raspar o excesso de cola, essas marcas mais escuras são restos de cola velha e seca.
Tudo fixo no lugar novamente, chassi, painel, chaves, variáveis, vamos para a troca de alguns fios ressecados e ligar tudo novamente para o primeiro teste.
Foram trocados os fios da saída de alta tensão do transformador, o cabo que leva o +B para o choque de placa e alguns outros fios. Uma limpeza na placa de circuito impresso e ficou assim:
Já está tudo pronto para a primeira ligada. Coloquei na lâmpada série (uma lâmpada de 40W) para não ter surpresas, deixei a chave de tensão em 220V e liguei em 127V e... voilá! Sem sustos, sem fumaça, sem estouros. O interessante é que os capacitores eletrolíticos estão bons mesmo após todos esses anos. Mas serão trocados até o final da restauração. Não dá pra confiar muito em capacitor velho. Deixei ligada na lâmpada série por cerca de 1 hora, e após isso passei para a ligação direta, e deixei assim por mais algumas horas.
A 6JB6A acesa, bem de pertinho. Uma belezinha, não?
Aplicando RF e fazendo a primeira carga, esta bem fraquinho, como disse, tem válvula ruim ai! A "carga" é uma lâmpada de 100W.
Lembra que eu disse que havia um problema com os knobs? então, como este knob é diferente dos originais o parafuso fica mais no meio do knob, e não alcança o eixo do variável de placa que é mais curto. Solução?
Um furo bem no meio do eixo do variável e rosca de 1/8". E aplica-se um complemento.
Acabei aplicando um pouco de solda na junção do eixo com o complemento para garantir que não vá soltar. O parafuso ficou só para garantir o aperto da junção. Apenas uma das 6JB6A estava esgotada, a outra estava perfeita. Substitui a válvula esgotada e agora sim!
Não calibrei o medidor ainda, mas a potência deve estar por volta dos 100W mesmo.
Como falei no início, até que os knobs brancos combinaram melhor com ela! A tampa do gabinete também estava bem feia. Alguns pontos descascados, ferrugem e a tinta está bem esbranquiçada.
A solução foi jato de areia para limpar tudo, e mandei pintar com tinta eletrostática. Ficou zero! Novinha!
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